sexta-feira, 26 de abril de 2013

Gazeta do Interior, um grande orgulho

Todos reunidos e eu ali 















Um momento especial ter recebido ontem durante as aulas de Jornalismo Comunitário com a turma do 2º ano de jornalismo da Unilago o trio Diogo de Maman, Jonas Garcia Luciano e Luiz Aranha, responsável pelo jornal Gazeta do Interior, que cobre 12 pequenas cidades da região de Rio Preto. 

Jornalismo comunitário puro, vontade e força de trabalho, espírito empreendedor e coragem para dedicar as vidas e os poucos recursos a arte da comunicação. Poderia falar mais, mas outra aluna, Joseane Teixeira, esta do 3º ano de Jornalismo e na disciplina Jornal Laboratório da mesma instituição, fez um material bem bacana sobre os meninos. Conheçam a história na narração de Joseane Teixeira então! 


"Eles abrem caminhos"


Projeto idealizado no primeiro ano da faculdade, jornal Gazeta do Interior vira realidade e se consolida como jornalismo regional. 

Por Joseane Teixeira 
Joseane Teixeira, 3º ano como estudante e texto de gente grande


Determinação, persistência e uma boa dose de ousadia. Segundo Luiz Aranha, Jonas Garcia e Diogo de Maman,sócios e fundadores do jornal Gazeta do Interior, estes foram os ingredientes fundamentais para tornar um sonho realidade.Estudantes do primeiro ano de jornalismo no ano de 2008, ainda no início do ano letivoMaman teve uma ideia empreendedora e que mudaria para sempre a vida do trio: criar um jornal diferenciado, que fosse realmente voltado para as cidades do interior. Reconheceu nesta ideia um nicho de mercado a ser explorado e aproveitou-se da feliz coincidência de cada um dos amigos morar em uma cidade do interior: Aranha em Potirendaba, Garcia em Tabapuã e Maman em Uchoa. A partir de então ficaram estabelecidas três frentes de trabalho. 

A ideia foi sendo amadurecida ao longo dos quatro anos de faculdade e todo conhecimento adquirido era adaptado ao novo projeto. O primeiro passo foi a criação do blog “O melhor do trio” com cerca de 500 acessos/mês e o mesmo objetivo do jornal. Em passos firmes, eles sabiam que o jornal Gazeta do Interior não ganharia corpo da noite para o dia. Trataram de adquirir aprendizagem prática por meio das oportunidades de estágio, as quais deram ao trio o conhecimento necessário de mercado, além de uma importante rede de relacionamentos, fundamentais a qualquer tipo de negócio. Quando chegaram ao quarto e último ano de faculdade, não foi surpresa para ninguém o tema que seria abordado por eles no Trabalho de Conclusão de Curso: a elaboração do projeto que fundamentaria o Gazeta. Sim, eles usaram o temido TCC como alavanca para o sucesso. Através dele, o trio conciliou um trabalho obrigatório do curso com a oportunidade de pesquisar o mercado e encontrar meios de tornar o jornal Gazeta um negócio concreto. 

E 2012 foi o ano de mostrar a todos que um sonho bem administrado pode torna-se realidade. Já no primeiro mês do ano foi impresso o exemplar número um do Gazeta do Interior. Através de patrocínios de empresas e estabelecimentos comerciais da região o jornal circulou pelas doze cidades às quais abrange e vem ganhando desde então novos assinantes e anunciantes à medida que adquire popularidade. 

Hoje são impressos 3 mil exemplares/mês a um custo de 1 real por publicação. Antenados sobre a importância da Internet e das redes sociais como importante suporte ao jornal, o site Gazeta do Interior, sempre atualizado com as últimas notícias da região conta com aproximadamente 1mil acessos/dia. A página do jornal no facebook já foi curtida por quase 4 mil pessoas. 

“Começamos como amadores. Mesmo trabalhando firme com pesquisas de mercado e observando atentamente nossos principais concorrentes, apanhamos bastante no início. Fomos criticados e desacreditados. Mas aprendemos com nossos erros e nos aperfeiçoamos. Hoje somos observados por nossos concorrentes, que acessam diariamente o site do Gazeta, ou a página no Facebook para se interarem sobre o que acontece nas cidades do interior. Aos poucos estamos conquistando o respeito dos meios”, relata Aranha. 

E o que começou apenas como uma boa ideia de faculdade tornou-se um projeto audacioso com expectativa de alçar grandes voos. Circulando em doze pequenas cidades, até então carentes de identificação, o jornal Gazeta do Interior é a prova concreta de que um jornalismo comunitário pode tornar-se popular a ponto de tornar-se patrocinadora de eventos como o carnaval de rua de Potirendaba, o Carna Poti, que recebe anualmente milhares de foliões de toda a região para a festa. 

Com apenas um ano de vida, o jornal idealizado pelo trio de amigos ainda no primeiro ano da faculdade já conta com dois parceiros, responsáveis pela coluna de moda e de esporte, 200 assinantes e disputa por espaço de publicidade.“Nossa prioridade é o respeito à verdade e à qualidade de impressão. Estamos crescendo a cada dia, conscientes de que temos de dar um passo de cada vez. E não devemos parar por aí. Continuamos sonhando alto e nosso próximo passo é contratar um representante comercial”, revela Diogo sobre os próximos passos do Gazeta. 

Perguntados sobre o segredo do sucesso,Maman revela: acreditar sempre e ir à luta.

terça-feira, 23 de abril de 2013

“...endereços www são portas abertas à democracia”, afirma blogueira Natália Clementin


Blogueira Natália Clementin com alunos do 4º ano de jornalismo

Depois de mais de uma hora de bate papo com alunos do 4º ano de Comunicação Social da Unilago, a blogueira e jornalista Natália Clementin, responsável pelos blogs Conversas de Sabor e Nala.com, além do portal de notícias do G1 em São José do Rio Preto, concluiu sua participação com o grupo afirmando que, diferente de qualquer outro meio de comunicação ou expressão, os blogs e demais endereços www são “portas abertas à democracia”. 

“Ainda que você não tenha um smartphone ou computador, ainda que você não faça parte de determinada rede social ou seja usuário de algum aplicativo, você pode ter um blog, pode deter um endereço www” e assim ser um cidadão do mundo”, afirmou.

Natália escreve profissionalmente há mais de dez anos e tem um dos endereços mais acessados da cidade, o www.nala.com.br , onde traz assuntos especialmente voltados ao universo feminino com moda, saúde e beleza. A jornalista escreve também no www.conversasdesabor.com.br e especialmente nele volta-se a um olhar regional e local sobre a culinária praticada na cidade.

Respondendo aos questionamentos do grupo, afirmou ainda que uma das principais características dos blogs é a regionalidade. “Isso não é obrigatório, mas escrever sobre algo perto de você te dá algo que poucos têm que é a propriedade sobre o assunto. Este será seu diferencial”.

O bate papo fez parte da disciplina Jornalismo On Line e preparou os alunos para a montagem de seus blogs a partir do segundo semestre.

É no silêncio que ficamos mais burros...Cine Eldorado





É  no silêncio que ficamos mais burros.....

Muito, muito dolorido saber do fechamento do Cine Eldorado aqui em Rio Preto, algo anunciado por anos e que, no silêncio, aconteceu.... 

É no silêncio que ficamos mais burros, é no silêncio que a grande massa e a grande indústria pisa nos poucos espaços que ainda existem para ir contra a grande corrente. Pensar igual todo mundo é burro, é perigoso. É no silêncio de nossa ignorância que assistimos o Faustão, que curtimos o Big Brother, que não conhecemos aquilo que não entra na tela Quente. É no silêncio que a gente morre aos poucos, não a morte que enterra e crema o corpo, mas a morte que cala a alma e tira da gente toda e qualquer capacidade de crítica, de pensar, de expressão, de respirar algo diferente.... Enquanto existiu e enquanto estive aqui o Eldorado foi palco e tela de meus melhores sorrisos, do encantamento de Amelie Poulain, do incômodo agradável provocado por Almodóvar, das produções que falam meu português, da elegância de comprar o bilhete na rua, de conhecer gente diferente ali reunida pelo prazer de apenas comprar pipoca e, em silêncio, simplesmente sorrir. Foi ali que desidratei com tudo o que Spielberg fez.... Schindler, Cavalo de Guerra, Amistad... Foi ali que tive meus ultimos sorrisos mais agradáveis assistindo Colegas e saí de alma leve... É quase um luto.... é um luto, por que sempre que algo tão bom morre parte da gente também se cala e, para Rio Preto, o que morre hoje é um pouco de cultura. Triste, muito triste... Ao Marcelo Chainça, que nunca conheci efetivamente, minha gratidão pela luta de tantos anos e sentimentos pelo desfecho, sucesso nos novos projetos.... Em breve, ali estará uma loja... para sempre, ali ficará um vazio....o vazio de algo que nos alimenta e, felizmente, muitos ainda têm fome saber, de conhecimento, de pensar... Lamentável saber que ainda não exista uma bolsa cultura pra esse tipo de alimento....

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Comunicação integrada – verdadeiro ou falso



Reflexões para a aula da pós / Unilago, 13 de abril de 2013

A mudança no cenário da informação, consumo e economia do país a partir dos anos 90 levaram as empresas a repensarem seus papéis em meio às comunidades onde estão inseridas. Se antes blocos fechados e praticantes das verdades absolutas que elas mesmas produziam, o novo cenário desenhado pelo dinheiro circulante, novas tecnologias de informação e um posicionamento mais crítico da comunidade decretaram que as empresas que não fortalecessem seus vínculos com as várias comunidades onde se inserem estariam com sérios problemas.

Modelos de gestão em comunicação e a tão sonhada comunicação integrada são buscados até hoje para suprir esta necessidade. Fórmulas existem, exemplos existem, porém, modos engessados de administração ainda emperram as ações da boa vontade. Empresas tradicionalistas em seus mecanismos de gestão são contrárias a teorias humanas de administração. Assim, se valorizar e observar as necessidades e potencialidades do próprio funcionário é um desafio, o que se dizer então deste mesmo processo quando se fala em observar as necessidades, potenciais e objetivos da sociedade onde se insere.

Pior traço, as “reservas de mercado” dos profissionais envolvidos no processo da comunicação integrada são uma constante. Profissionais de comunicação, jornalistas, publicitários, marketing e relações públicas trabalhando em uníssono... sonho nosso! Ainda nesta semana, no corredor da faculdade, ouço uma discussão acalorada entre dois alunos, um estudante de jornalismo, outro da publicidade, debatendo qual dos dois era mais importante à sociedade. Argumentos aos montes, debate acalorado e tom de voz em crescendo contínuo... Intervir foi fácil. O problema não é ser jornalista, relações públicas, publicitário ou defensor de posturas políticas de extrema direita ortodoxa, o problema é ser chato e não notar que no mercado não há apenas lugar – mas a necessidade – para atuação de todo mundo. Saí de perto, continuaram o debate.

“...as relações entre as diversas formas de comunicação presentes na empresa, ou seja, especialidades como Jornalismo, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Marketing, sempre foram muito complexas, dificultando a integração e o trabalho conjunto. Muitas vezes a integração existe na política e no "discurso" da companhia, chegando até a orientar estruturas formais, (que figuram nos organogramas empresarias) sem, entretanto, inserir-se como filosofia, ação e política da cultura organizacional. Não se efetivam, no dia-a-dia das empresas os processos que poderiam refletir a integração das políticas de comunicação...” (Curvello, 2002)
Empresas de cidade do interior, em especial, têm tendências quase suicidas a estas posturas. A administração quer, o departamento de marketing pensa, sozinho. O publicitário vende, sozinho. O jornalista corre atrás no final do processo e faz um release, sozinho. E o relações públicas.... bem, o que ele faz mesmo??? Triste engano de quem ainda pensa assim.

De posse de uma idéia ou necessidade desta empresa, pensar uma estratégia conjunta entre todos estes profissionais que atenda as possibilidades de atuação de cada um deles é fundamental para que o trabalho dê certo. Uma ação só pode ter o sucesso esperado quando a criação publicitária atenda as necessidades de comunicação propostas pelo marketing, as quais serão trabalhadas também com a comunicação em meio a mídia espontânea envolvendo ações de relacionamento pensadas e executadas com a maestria dos RPs. Infelizmente, o correr atrás da atuação perdida ainda é característica em muitos casos.

"A permanência e o sucesso da empresa hoje, já sabemos disso demais, são função direta da conquista da fidelidade de seus empregados e clientes. Ora, esta conquista de fidelidade não pode dar-se através de símbolos, valores e credos abstratos, nem de golpes de publicidade lenitivos e repetitivos. Ela só é possível se o empregado e o cliente tiverem razões concretas para ser fiéis. Isto é, se antes de tudo, de seu ponto de vista, eles tenham efetivamente vivido experiências, preferivelmente nunca desmentidas, gratificantes e satisfatórias" (Aktouf, 1986: 173).
É necessário que o espaço das estratégias de Comunicação Integrada se torne, senão maior e prioritário dentro das estratégias competitivas estabelecidas pelas empresas, ao menos respeitado. Caso contrário, vamos continuar nos deparando eternamente com campanhas isoladas, um out door aqui, uma matéria ali, uma nota bem lá e longe, bem longe, uma vista qualquer dia desses. Não funciona e, mais do que as empresas, os profissionais de comunicação que não estiverem atentos a isso correm o risco bastante sério de ficar a margem do processo, em sua reserva de mercado e sem atuação.
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