sexta-feira, 22 de junho de 2012

Sobre projetos em assessoria de imprensa...








Ainda na faculdade, pós graduação e cursos específicos, uma das principais queixas de todos os profissionais está em fazer com que seus clientes compreendam seus projetos de comunicação, aceitando-os de imediato. Para isso, argumentos que vão de nossa formação profissional diplomada e conhecimento de causa são utilizados, geralmente apresentados ao lado de vasta literatura e ppts hollywoodianos que embasem nossas idéias.

Neste processo, geralmente esquecemos-nos de atentar ao mais importante dos fatores – expectativa e compreensão de processos, histórico pessoal e visão de nossos clientes. Mais do que entendê-los, respeitá-los é de fundamental importância.

Lembro-me com saudade da novela Paraíso (sim, sou noveleiro e esta, em especial, ainda tenho gravada inteirinha em meus HDs externos). Marcos e Ricardo, jornalista e publicitários profissionais formados e com diploma expedido por uma universidade carioca, vão ao interior de Mato Grosso para criar uma rádio, quiçá comunitária, nos moldes aprendidos nas oficinas da faculdade. Fracasso anunciado de uma iniciativa que tinha tudo para dar errado. Boa vontade e formação que esbarraram com o principal: o que se tem para oferecer pode sim ser o melhor para aquele a quem eu quero dar, mas se ele não souber como se usa o efeito pode ser catastrófico.

Surge então Geraldo, peão bronco da cidadezinha, que falava, entendia e era compreendido pelo povo. Encampa a programação em alguns horários e salva a emissora, fala o que o povo quer ouvir e, dentro de sua sutileza de matuto, ensina aquela comunidade que aquilo é o começo e que, juntos, poderiam fazer do processo comunicativo um trampolim de crescimento. A rádio cresceu, Paraíso ficou moderna e após um caminho dolorido, mas de aprendizado, chegou aos moldes da emissora sonhada pelo jornalista e o publicitário.

Conhecer a fundo seu cliente a ponto de sentir-se parte da empresa, respeitar os processos existentes e sugerir modelos que complementem, nunca substituam, e ser lenha para a máquina que já anda são passos fundamentais para todo o processo que se inicia, em especial, no interior. Na capital? Não sei, mas o ser humano é o mesmo em todos os lugares não é mesmo?

Mais do que entender a necessidade de mudança de qualquer cliente, saber como tudo se deu até então é fundamental e mais do que respeitar todos os processos existentes é preciso integrar-se a eles. O resultado, confesso, pode até mesmo não ser o esperado, mas será um resultado de mudança no final e, seguramente, de grande aprendizado para todos!
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