quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Gentileza gera gentileza


Pedrinho sorriu, Natália ficou calada durante toda a apresentação e Jéssica, sempre agitada, se aquietou com o que via. De repente, os professores deixaram de lado um pouco da rigidez diária exigida no trabalho com mais de 650 alunos para, como eles, tornarem-se crianças também.

Subiram ao palco, riram, pularam, dançaram, cantaram e, assim, brincando, apresentaram aos alunos do Colégio ALARME, em São José do Rio Preto, o início do projeto “Gentileza Gera Gentileza”. Com duração de duas semanas, a atividade será concluída com um concurso que motivará todas as classes da instituição à criação de uma música, inédita ou paródia, que aborde o tema “ser gentil”. A classe vencedora escolhe o lugar para realizar um piquenique oferecido pela escola e a música escolhida passará a ser apresentada durante todas as atividades do colégio.


Mas... o que é, ou quem foi, Gentileza???

Uma outra história começa então.... Atormentado por um incêndio em um circo no final dos anos 60, o caminhoneiro José Datrino, de Mirandópolis – SP – vende tudo o que tem, dá o suporte necessário à sua família e então passa a viajar pelo país pregando que apenas a “gentileza gera gentileza”. Suas mensagens, fortemente fundamentadas na selvageria do incêndio assassino que levara a vida de mais de 500 pessoas - a maioria delas crianças, naquela manhã carioca - convidava a que todos se afastassem do capitalismo (capeta, para ele), que obedecêssemos aos mais velhos e, em especial, pais e mães e, em uma simbologia própria, escrevia MaRRRia – mãe de Deus – repetindo os “Rs” que, em sua compreensão, agregava ali a força do Pai, Filho e Espírito Santo.

Lembro com carinho das manhãs de missa aos domingos quando ele visitava sua família na velha cidade de onde também eu vim e então, na escadaria, deixava sua palavra e seu carisma. Não tínhamos máquinas fotográficas aquela época... mas na lente de minha lembrança lembro de um dia em que, se aproximando de um menino que com um pouco de medo olhava assustado da escadaria da igreja, ele pegou a criança no colo e falou baixinho “...obedece sempre o papai e a mamãe tá criancinha...”. Segui o que o senhor me pediu seu Zé Datrino, seu Gentileza.

Suas mensagens, deixadas em murais ao ar livre no Viaduto do Cajú, no Rio de Janeiro, compõe a íntegra de seu pensamento e convidam até hoje à reflexão de pessoa iluminada que gerou gentileza até o dia em que, cansado, deixou esta existência para passear com sua túnica e barba branca pelas estrelas. Deixou saudades.



Mas então, na ALARME...

Assim como as crianças, professores, coordenadores e voluntários também se encantaram com a apresentação que deu início ao projeto. Quanto a mim, voltei para minhas atividades capitalistas com a certeza de que apenas se pode ensinar aquilo que se vive e, neste campo, o time ALARME de educação ganha disparado em cada sorriso, abraço, chamada de atenção e aula para cada um dos alunos matriculados naquela escola. Gentileza gera gentileza, e isto se ensina, contudo, o “ser gentil” parece ser algo que nasceu com aquela equipe que, mais do que ensinar, educa, aprende e ama de verdade.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

...sobre foco, coragem e uma dose extra de ousadia...

Nunca assistiu as aulas na sala onde estava matriculado e o contato através do estágio voluntário em um jornal da cidade com amigos que estavam um ano a frente dele no curso de jornalismo fizeram de Paulo Baraldi uma “foca” bastante precoce.... e não raro quase irritantemente chato.


Foi este perfil que garantiu ao rio pretense, hoje com 30 anos, galgar em menos de uma década algumas das posições mais invejadas da imprensa nacional. Com foco, coragem e uma dose extra de ousadia, saiu de experiências em veículos da região para registrar seu nome em empresas como Estadão, SBT, Rede Tv e várias passagens pela Rede Globo, entre elas, Fantástico e Mais Você, onde atua.

Baraldi foi o jornalista que abriu na noite desta segunda-feira, dia 17 de setembro, a Semana de Comunicação da UNORP - o Centro Universitário do Norte Paulista. Falando para alunos dos cursos de Jornalismo, Publicidade, Marketing e Designer Gráfico, deixou bem mais do que histórias de sua trajetória na profissão, mas, especialmente, as dicas de que para vencer em qualquer área onde se queira atuar, é fundamental ousar em suas vontades e ter coragem em suas ações.

“Ia para São Paulo sem conhecer ninguém e mandava e-mails para chefes de redação pedindo emprego. Quem acreditaria naquele recém formado do interior que batia às portas das redações todos os dias e descobria o endereço delas através da lista telefônica?”, conta. Quem acreditaria? Ele acreditou, e foi bem longe.

Terremoto na Itália, o caso Lindemberg, Nardonis, cidades com maior índice de criminalidade no Brasil, milícias em favelas e matérias investigativas por todo o país somam no currículo do jornalista que, na ansiedade incontida de buscar novas informações, ainda deixa transparecer um pouco do jovem que, ainda na redação da extinta Folha de Rio Preto, cobriu o lançamento de um McDia Feliz totalmente pintado de pancake verde depois que um amigo o deixou trancado no banheiro da festa onde estiveram na noite anterior para que não tingisse mais ninguém com sua fantasia de Incrível Hulk.

Para os estudantes, a dica principal é que os bancos de faculdade e professores são o suporte, uma espécie de caminho que indicam rumos, contudo, a garantia do sucesso vem do apelo pessoal de cada um, da busca de cada um por aquilo que se procura e do quanto estamos dispostos a arriscar em busca destes sonhos. Neste momento, inspirar-se em modelos que saíram de nosso meio é um bom começo, e um grande incentivo.

Ps.: A Semana de Comunicação da UNORP segue até a próxima quinta-feira e tem em sua programação debates sobre cinema, vídeo, linguagem para vídeo clip e comunicação globa.
É aberta ao público e começa diariamente às 19hs30 no anfiteatro da instituição localizada na Rua Ipiranga, 3460, no bairro Alto Rio Preto.
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